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MPPE diz que faltam indícios de crime em investigação contra Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro de jogos ilegais

Cantor sertanejo foi indiciado com base em suspeitas sobre a venda de uma aeronave aos donos da empresa Vai de Bet. MP pediu novamente que o caso fosse encaminh...

MPPE diz que faltam indícios de crime em investigação contra Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro de jogos ilegais
MPPE diz que faltam indícios de crime em investigação contra Gusttavo Lima por lavagem de dinheiro de jogos ilegais (Foto: Reprodução)

Cantor sertanejo foi indiciado com base em suspeitas sobre a venda de uma aeronave aos donos da empresa Vai de Bet. MP pediu novamente que o caso fosse encaminhado para a Justiça da Paraíba. Gusttavo Lima em imagem de arquivo Antonio Trivelin/g1 Em novo parecer encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (10), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) disse que faltam indícios que demonstrem a prática de crimes no inquérito contra Gusttavo Lima, indiciado por lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais no âmbito da Operação Integration. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE O documento, ao qual o g1 teve acesso, foi remetido à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A manifestação é assinada por cinco promotores de Justiça que fazem parte do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Gusttavo Lima é investigado na operação por conta da venda de uma aeronave à empresa Esportes da Sorte, de Darwin Henrique da Silva Filho, e posteriormente negociar o mesmo avião com o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, que são donos da Vai de Bet. Para o MP, faltam evidências de que houve lavagem de dinheiro na transação. “O fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, 7 (sete) meses depois, à empresa J. M. J. Participações Ltda., de propriedade de José André da Rocha – (...) não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro”, diz o parecer do Ministério Público de Pernambuco. Nivaldo Batista Lima, nome de registro do cantor, foi indiciado em 15 de setembro. Uma semana depois, no dia 23, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva dele e de Bóris Maciel Padilha, seu empresário, segundo documentos da investigação aos quais o g1 teve acesso. A assessoria de Gusttavo Lima nega que Bóris Maciel Padilha seja empresário do cantor. O artista havia deixado o Brasil horas antes, num voo particular que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos). Em 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva foi revogada pelo relator do caso na segunda instância, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), alegando que as justificativas dadas a prisão eram "ilações impróprias e considerações genéricas". A manifestação do MPPE responde passo a passo a argumentação feita pela defesa do artista em relação à revogação das medidas cautelares que foram aplicadas pela Justiça, detalhando questões como a venda do avião, a existência de dinheiro no cofre da empresa Balada Eventos e as transferências bancárias feitas entre Gusttavo Lima e suas empresas e a Esportes da Sorte. O MPPE aponta no documento que a própria polícia reconhece no inquérito que os valores de R$ 4,9 milhões e de R$ 4,8 milhões têm como origem a empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos Eireli (Esportes da Sorte) e que a quantia foi transferida como resultado da compra da Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEM e, em seguida, a sua devolução. LEIA TAMBÉM Deolane Bezerra é presa em operação contra lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais Gusttavo Lima tem avião apreendido em operação contra esquema de jogos ilegais que prendeu Deolane Bezerra; cantor diz ter vendido aeronave Diz ainda que a investigação tem cópia do contrato de compra e venda do avião e também do distrato, além de cópias dos balanços financeiros e extratos de movimentações bancárias que demonstram a restituição integral de valores recebidos pela empresa de Gusttavo Lima – a Balada Eventos e Produções Ltda. No parecer, os promotores afirmaram que os repasses envolvem apenas a empresa Vai de Bet, que é sediada na Paraíba, e não têm qualquer relação com a Esportes da Sorte, que atua em Pernambuco. Por isso, a promotoria defendeu que a juíza reconheça que a 12ª Vara Criminal da Justiça de Pernambuco é incompetente para acompanhar e julgar o caso e encaminhe o processo para a Comarca de Campina Grande, no Agreste paraibano. O MPPE já havia recomendado que a parte do processo referente à Vai de Bet fosse encaminhada para o Judiciário da Paraíba, no dia 21 de setembro. Na ocasião, o Ministério Público também recomendou que fosse julgado em Campina Grande o envolvimento dos empresários Thiago Lima Rocha e Rayssa Ferreira Santana Rocha, donos da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, operadora financeira também investigada pela Operação Integration e que teriam recebido valores da Esportes da Sorte "sem a demonstração da correlação entre essas transferências e os delitos investigados nos autos" Procurado pelo g1, o TJPE informou que "a 12ª Vara Criminal da Capital só se manifesta por meio de decisões proferidas nos autos" e que "não há decisão proferida" no caso em questão. O que diz a defesa de Gusttavo Lima Em nota, a defesa de Gusttavo Lima disse que o parecer do MPPE sobre a Operação Integration "reflete a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa e exploração de jogos ilegais". Também afirmou que: As operações comerciais realizadas com as empresas envolvidas na investigação "foram pautadas por contratos e comprovantes bancários"; O valor apreendido no cofre da Balada Eventos "não pode ser atribuído à exploração de jogos ilegais ou qualquer outro crime"; Já havia enviado à Justiça "extratos bancários que comprovam que os valores são fruto de saques da própria conta corrente da empresa". Deolane Bezerra foi uma das pessoas presas na operação Integration, que investiga organização criminosa que atua com lavagem de dinheiro de jogos ilegais Confira abaixo a cronologia da Operação Integration: A operação foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. No mesmo dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista. O cantor estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de setembro na companhia de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, casal de empresários donos da Vai de Bet, investigado na mesma operação. Em 9 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. A influenciadora também foi proibida de se manifestar por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação. No entanto, ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, Deolane falou com a imprensa e com fãs que se aglomeravam no local. Em seguida, postou uma foto no Instagram em que aparece com a boca coberta por uma fita, com a inscrição de um "X" no meio. Em 10 de setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada e voltou a ser presa. Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha. Horas antes, entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em um voo privado que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos). No mesmo dia, o Tribunal e Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus na ocasião. No dia 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE. O magistrado alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam "meras ilações impróprias e considerações genéricas". VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias